setting” do contexto do uso de droga, com abstinentes de cocaína: Uma
interface entre o laboratório e a clínica''.
A droga que foi estudada foi a cocaína, que nos últimos anos teve um grande aumento do número de usuários. Isso porque, na década de 80, era mais elitizado, mas a partir dos anos 90 o uso se disseminou. A droga é responsável por dar um prazer para o usuário, uma euforia que pode levá-lo ao uso compulsivo e faz o usuário querer adquirir cada vez mais. Porém, quanto mais se usa, mais o efeito vai diminuindo, ou seja, a pessoa precisa de doses maiores para obter o mesmo efeito. Isso é o que é denominado tolerância. No texto, a autora diferenciou tolerância de adicção, pois este último termo seria o mesmo da dependência, o uso abusivo da droga.
Algo que me chamou atenção durante o texto é o fato de que antes os usuários de drogas eram taxados de pessoas fracas e sem caráter, como se fossem pecadoras, mas ao longo do tempo o uso abusivo de drogas já pessoa a ser considerado doença e as pessoas então, doentes. Porém, é preciso que esse termo seja ensinado para as pessoas que insistem em considerar os doentes como ''pobres em auto-controle'', como se eles não parassem de utilizar a droga por falta de força de vontade, ou seja, é preciso explorar mais esse termo paras as pessoas que não possuem conhecimento.
A autora considera influências de amigos, festas o agente incentivador do uso de drogas ("Um estímulo pode sinalizar a vinda da droga, atuando como excitatório ou inibitório, depende das associações de representações que são sinalizadas." (ALMEIDA, 2008)). O usuário da droga estabelece associações positivas entre algum fator externo e os efeitos da droga, certo? Assim, deveria também estabelecer associações negativas, ou seja, através da aprendizagem condicionada, seria possível inibir o vício.
Alguns tipos de tratamento para os adictos de cocaína foram citados no texto. O modelo terapêutico da teoria psicodinâmica coloca a terapia com função de proporcionar uma gradual identificação e introjeção de elementos bons pelo paciente, como o estabelecimento de um forte vínculo terapêutico e o problema relacionado com a droga se tornaria uma neurose.
A teoria motivacional diz que o paciente tem que estar preparado para o tratamento para que ele se tornasse eficaz, caso não fosse, não seria possível.
A teoria da religiosidade diz que os pacientes são beneficiados pela prática religiosa, principalmente se estão sujeitos a períodos de mudanças sociais e psicológicas estressantes durante o processo de recuperação.
O enfoque comportamental não trata a adicção como uma patologia, ela surge das relações entre o indivíduo e seu ambiente.
Fizeram pesquisas com abstinentes de cocaína e a maioria dos entrevistados tinham 35 anos, solteiros, possuíam efeito de baixa-estima, tinham o segundo grau completo e que começaram o uso de drogas com a maconha. Os efeitos proporcionados pela cocaína, se tornaram uma espécie de necessidade para os adictos e, mesmo se passassem anos sem fazer o uso da droga, eles eram vulneráveis a recaídas. Depositavam a fé na família, religião ou perdas para evitar terem recaídas.
O texto apresenta dados e explicações bem interessantes, mas tem uns termos que podem dificultar a leitura, visto que são técnicos. Porém, é um texto que nos ajuda a entender melhor o contexto do uso de drogas (da cocaína que o texto explica bem).
Almeida, A.M.C. (2008) Complexidade de associações de estímulos condicionais de occasion setting do contexto do uso de droga com abstinentes de cocaína: uma interface entre o laboratório e a clínica. Universidade de São Paulo: tese de doutorado.










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