sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O contexto do uso da droga

     O último texto que irei falar é sobre uma tese de doutorado da USP feita pela Agostinha Mariana Costa de Almeida: ''Complexidade de associações de estímulos condicionais de “occasion
setting” do contexto do uso de droga, com abstinentes de cocaína: Uma
interface entre o laboratório e a clínica''.
      A droga que foi estudada foi a cocaína, que nos últimos anos teve um grande aumento do número de usuários. Isso porque, na década de 80, era mais elitizado, mas a partir dos anos 90 o uso se disseminou. A droga é responsável por dar um prazer para o usuário, uma euforia que pode levá-lo ao uso  compulsivo e faz o usuário querer adquirir cada vez mais. Porém, quanto mais se usa, mais o efeito vai diminuindo, ou seja, a pessoa precisa de doses maiores para obter o mesmo efeito. Isso é o que é denominado tolerância. No texto, a autora diferenciou tolerância de adicção, pois este último termo seria o mesmo da dependência, o uso abusivo da droga.
     Algo que me chamou atenção durante o texto é o fato de que antes os usuários de drogas eram taxados de pessoas fracas e sem caráter, como se fossem pecadoras, mas ao longo do tempo o uso abusivo de drogas já pessoa a ser considerado doença e as pessoas então, doentes. Porém, é preciso que esse termo seja ensinado para as pessoas que insistem em considerar os doentes como ''pobres em auto-controle'', como se eles não parassem de utilizar a droga por falta de força de vontade, ou seja, é preciso explorar mais esse termo paras as pessoas que não possuem conhecimento.
      A autora considera influências de amigos, festas o agente incentivador do uso de drogas ("Um estímulo pode sinalizar a vinda da droga, atuando como excitatório ou inibitório, depende das associações de representações que são sinalizadas." (ALMEIDA, 2008)). O usuário da droga estabelece associações positivas entre algum fator externo e os efeitos da droga, certo? Assim, deveria também estabelecer associações negativas, ou seja, através da aprendizagem condicionada, seria possível inibir o vício.
      Alguns tipos de tratamento para os adictos de cocaína foram  citados no texto. O modelo terapêutico da teoria psicodinâmica coloca a terapia com função de proporcionar uma gradual identificação e introjeção de elementos bons pelo paciente, como o estabelecimento de um forte vínculo terapêutico e o problema relacionado com a droga se tornaria uma neurose.
A teoria motivacional diz que o paciente tem que estar preparado para o tratamento para que ele se tornasse eficaz, caso não fosse, não seria possível.
A teoria da religiosidade diz que os pacientes são beneficiados pela prática religiosa, principalmente se estão sujeitos a períodos de mudanças sociais e psicológicas estressantes durante o processo de recuperação.
O enfoque comportamental não trata a adicção como uma patologia, ela surge das relações entre o indivíduo e seu ambiente.
     Fizeram pesquisas com abstinentes de cocaína e a maioria dos entrevistados tinham 35 anos, solteiros, possuíam efeito de baixa-estima, tinham o segundo grau completo e que começaram o uso de drogas com a maconha. Os efeitos proporcionados pela cocaína, se tornaram uma espécie de necessidade para os adictos e, mesmo se passassem anos sem fazer o uso da droga, eles eram vulneráveis a recaídas. Depositavam a fé na família, religião ou perdas para evitar terem recaídas.
    O texto apresenta dados e explicações bem interessantes, mas tem uns termos que podem dificultar a leitura, visto que são técnicos. Porém, é um texto que nos ajuda a entender melhor o contexto do uso de drogas (da cocaína que o texto explica bem).


Almeida, A.M.C. (2008) Complexidade de associações de estímulos condicionais de occasion setting do contexto do uso de droga com abstinentes de cocaína: uma interface entre o laboratório e a clínica. Universidade de São Paulo: tese de doutorado.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Luto e melancolia

     Olá, o post de hoje é sobre o um texto de Freud que eu, particulamente, achei mais complicadinho de entender. Mas vamos lá que tentarei falar um pouquinho sobre ele.
    Você vê alguma diferença entre luto e melancolia? Freud explica no texto o que vem a ser cada um. Bom, o luto se dá pela perda da capacidade de amar, desinteresse pelo mundo, desânimo muito doloroso, e há uma consciência do que se perdeu. Já a melancolia tem como diferença a inconsciência, o melancólico não sabe exatamente o que perdeu. Além disso, há uma grande perda na autoestima, ou seja, o próprio ego da pessoa que se tornou pobre e vazio, enquanto que no luto, o mundo que ficou pobre e vazio.
      Achei interessante o modo que Freud explicou o comportamento do melancólico, já que por possuir uma auto-estima baixa, o doente se auto insulta e se auto pune de tudo, é como se ele tivesse um sentimento de inferioridade. Mas o que me surpreendeu é que o melancólico  não tem vergonha de expor os seus sentimentos, pelo contrário, ele consegue expô-los com facilidade.
      Outro fator interessante no texto, é que o melancólico destina a suas auto-censuras em um ser amado, Isso quer dizer que as auto-censuras são retiradas do ser amado e transferidas para o melancólico.
       A melancolia pode ser transformada em um estado de grande euforia(mania). Tanto a melancolia quanto a mania lutam contra o mesmo complexo. Mas o ego é dominado na melancolia e na mania o ego o dominou ou pôs de lado. Na mania o ego precisa ter superado a perda do objeto, é como se o maníaco tivesse se libertado do que lhe fez sofrer.
       A melancolia pode chegar a estágios mais longos do que o luto, já que ela pode surgir só de ter surgido ameaças da perda do objeto. Ao contrário do luto, a melancolia é considerada uma doença que precisa de um tratamento. No luto, o melhor a se fazer é esperar o tempo passar, e dar o espaço necessário pra pessoa.


Bibliografia: Freud, S (2012) Luto e Melancolia. São Paulo:Cosacnaify

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Lama no laboratório

 


  O texto da postagem de hoje é um pouco diferente do que venho falando. Geralmente, falava de textos que tinham com objetivo a cura ou amenizar/melhorar doenças como bipolaridade, depressão e outras coisas negativas. Hoje será o oposto, visto que o texto fala de como aperfeiçoar aspectos positivos, como por exemplo, como se concentrar em um único ponto, a compaixão por meio da meditação. Será que é possível educar a mente com a meditação?
    Bom, o personagem central do texto é o Öser, que é um budista e que passou cerca de 30 anos recebendo educação de um monge. Ele é avaliado por alguns aparelhos que examinam o cérebro enquanto ele medita. Fizeram isso para analisar se é possível, por meio da meditação, lidar melhor com as emoções destrutivas.
    Öser foi convidado por Richard Davidson para ir ao laboratório da Universidade de Wisconsin para ser estudado. A concentração em um ponto, a devoção, o destemor, e ''estado aberto'' (sem atividade mental intencional) e a compaixão forma os métodos utilizados. A compaixão é essencial no treinamento da meditação.
    Öser estava muito interessado e ao contrário das outras pessoas, quis muito participar do experimento que teria que entrar em um aparelho de scanner para o cérebro. Ele era orientado pelos pesquisadores por meio de fones de ouvidos e as imagens eram rastreadas.
    Ao perceber que Öser conseguia controlar o próprio cérebro, Dalai Lama se interessou no caso e quis estudá-lo melhor, até porque os outros pacientes sem treinamento não desenvolveram a mesma capacidade.
    A compaixão de Öser era tão grande que num experimento com dois professores (um tranquilo, calmo, simpático e um agressivo), o professor agressivo nem sentiu vontade de brigar e se sentiu calmo, como se o Öser com seu sorriso e seu jeito conseguiu tranquilizá-lo. Então aí surgiu a dúvida: será que  é uma característica individual do Öser ou a compaixão foi resultado de um longo treinamento? Para isso, tiveram que analisar um número maior de pessoas que meditavam no estado de compaixão.
    Por meio de um teste que era preciso reconhecer expressões faciais que passavam rapidamente numa tela, quem se saiu muito melhor que os outros foram Ösel e um japonês que também participava de retiros. No teste que tinha como objetivo não demonstrar susto , Öser foi o único que não se assustou, e isso foi algo extraordinário, porque o susto não é controlado por nossa própria vontade. Ele se concentrava em um único ponto e a explosão que acontecia não o assustava. A capacidade de se concentrar em um único ponto torna a pessoa extraordinária. Mas esse termo é para quem é como Öser no sentido da compaixão e bondade e no fato de não se preocupar apenas com o bem material.
     Com a educação da mente, as pessoas podem se tornar mais calmas, e buscam mais a compaixão. É preciso avançar nesses estudos (e a meditação ajuda bastante nisso) a como ter o autocontrole e como ela lida com as coisas negativas.


Bibliografia: Lama, D. e Goleman, D. (2003) Como Lidar Com Emoções Destrutivas. Rio de Janeiro: Campus Ltda


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Retratos de Autópsias Psicossociais Sobre Suicídio de Idosos em Teresina


    A postagem de hoje é sobre o suicídio, que por incrível que pareça a cada 35 segundos uma pessoa no mundo tira a sua própria vida. Fiquei chocada com essa notícia, isso quer dizer que pelo menos 900.000 pessoas cometeram suicídio em um ano. O quão grave isso é a ponto de não termos estudos suficientes para a prevenção e a ajuda correta para quem está com problemas que levam ao suicídio.
    Bom, o texto fala sobre um estudo feito com 5 casos de idosos (os idosos que possuem o maior índice de suicídio), por meio de autópsias psicossociais. Para começar a investigação, a família do idoso recebeu uma carta sendo convidado para participar da pesquisa. Era preciso compreender o local que o idoso vivia e os conflitos diários.
    O primeiro caso foi o de Joana, que temia o envelhecimento. Ela possuía uma dinâmica familiar conturbada e um transtorno de humor que a deixava ou muito feliz ou muito depressiva. Joana acreditava que a felicidade viria de acordo com a posse de bens materias, e quando obtinha percebeu que continuava com um vazio existencial, e para interromper essa dor, resolveu colocar um fim na sua própria vida, como se a morte fosse um alívio da dor.

   O segundo caso foi o de Joaquim, que tinha câncer e não conseguia aceitar isso. A evolução da doença o impedia de manter a sua rotina de antes e a sua vaidade. Além disso, ele teve uma decadência financeira, e por isso ele não conseguia mais manter o padrão de vida que tanto valorizava. Joaquim também tinha traços de personalidade agressivo e impulsivo, o que contribuiu para execução do suicídio.

   O terceiro caso foi o de Ana, que tinha uma depressão muito grave, ela se sentia inútil e desesperançosa e sentia como se fosse um peso para os outros. Na minha opinião, o caso de Ana foi o mais chocante, porque ela CARBONIZOU o próprio corpo. O modo como ela se matou também afetou muito os familiares, que não conseguiam entender o porquê de escolher morrer de uma forma tão dolorosa. Dizem que se matam para aliviar a dor, não é? Porque as vezes a dor física nem se compara com a dor que ela estava sentindo, então para tentar ''esquecer'', se sentir ''livre'' da outra dor, ela preferiu morrer sentindo outro tipo de dor, que seria então a dor física.

   O quarto caso foi o de João, que tinha problemas como o uso excessivo de álcool, traços de personalidade agressivos e impulsivos, não se adaptar a velhice, problemas financeiros, relações conflituosas com a família. O álcool foi colocado como uma prioridade na vida de João, e isso aumentava ainda mais a impulsividade dele e, consequentemente, o suicídio. Uma coisa que influenciou João a se suicidar é ter tido conhecimento sobre o suicídio de um jogador famoso, porque isso o encorajou de fazer o mesmo. Nesse ponto entra a questão da mídia, que é por isso que a mídia não costuma contar casos de mortes por suicídio, porque pode influenciar outras pessoas a fazerem o mesmo. Então aí entra a questão: até que ponto vale a pena informar as pessoas sobre casos assim? Porque a intenção é chocar as pessoas e não influenciá-las, certo? Por isso que é preciso tomar medidas para a prevenção, e estudos para compreender melhor esses casos para impedir que notícias assim encorajem outras pessoas a fazerem o mesmo.

   O quinto caso foi o de Carlos, que também tinha uso abusivo de álcool, depressão, e tinha um sentimento de culpa pelo alcoolismo do filho. Depois que ele se matou, o filho ficou com sentimento de culpa em relação a morte do pai. Por isso que é preciso também cuidar e tratar dos familiares e pessoas que conviviam com a pessoa que se suicidou, porque esse caso pode afetar de uma maneira tão grande que as pessoas começam a ter os mesmos sintomas que tem um suicida.

   Podemos concluir com esses casos que fatores psicossociais que envolvem o suicídio aparecem ao longo da vida da pessoa, ou seja, é algo construído. E é por isso que é preciso analisar os fatores que ao serem progredidos levam uma pessoa a se matar como: depressão, uso abusivo de álcool, personalidade agressiva e impulsiva, decadência socioeconômica, entre outros.

Bibliografia: Servio, S.M.T. e Cavalcante, A.C.S. (2013) Retratos de autópsias Psicossociais sobre suicídio de idosos em Teresina. Psicologia: ciência profissão, 33, 164-175.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Assistência de enfermagem a pacientes com desordem bipolar e sentimentos da estudante de enfermagem

        Bom, hoje eu falarei sobre um relato de uma experiência de uma aluna de graduação em que acompanhou uma paciente com Psicose Maníaco Depressiva (PMD). Ela ajuda o paciente nas duas fases (maníaca e depressiva) e comenta os comportamentos e o que fez para controlar os efeitos dessas fases, além de comentar o seu próprio sentimento durante a interação com a paciente.
        Essa doença tem dois estágios, a fase maníaca faz a paciente ficar muito eufórica e com ideias e planos grandiosos, passa por insônia, não quer ter limites e até pode ter alucinações. Já a fase depressiva, o paciente não vê mais razão do porquê está vivo, se sente inútil e perde o prazer de qualquer tipo de atividade, pensa até em suícidio.
       A aluna de enfermagem teve como paciente R. L., do sexo feminino com 61 anos que foi internada pelo genro, porque estava apresentando sintomas da doença psicose maníaco depressiva, como o fato dela andar em grandes rodovias e batia nas janelas que encontrava no caminho. (estava na fase maníaca).
     O primeiro contato da aluna com a paciente foi num estágio depressivo em que a paciente tinha um olhar triste, não tinha ânimo para nada, se movimentava com passos pesados e lentos como se estivesse se rastejando, não queria saber de conversa nem nada. Além de responder tudo monossilabicamente, a paciente falava muito baixo, e isso dificultava a interação enfermeiro-paciente que é muito importante que o paciente tenha total confiança para se abrir e expressar os sentimentos. No começo, a aluna sentiu muita dificuldade de lidar com R. L., e até a depressão estava atingindo-a, ela teve um momento que achava que não ia conseguir mais cuidar e tratar de R. L., porque não via progresso, já que a paciente vivia cabisbaixa e sem vontade para absolutamente nada.
       Porém, a aluna de enfermagem começou a perceber meios para lidar com esse estágio depressivo da sua paciente, como por exemplo dar o espaço necessário para ela, fazendo silêncio quando percebia que a paciente não queria mais conversar sobre o assunto. Outro método utilizado foi dar apoio em momentos que a paciente se sentia inútil, como se não prestasse mais para nada, dando a ela palavras que a  incentivasse, que melhorasse a auto-estima. Além de chamá-la pelo nome, a aluna também tentava fazer com que a paciente expressasse melhor os seus sentimentos, sempre compreendendo seus direitos. Foi preciso também mostrar interesse e disposição para ajudar a paciente, até para conseguir a confiança dela. Quando o que a paciente falava não ficava claro, a aluna tentava fazer perguntas que ajudassem na clarificação, para que a paciente explicasse melhor, e quando R. demorava muito para continuar o assunto, a aluna usou a estratégia de repetir as últimas palavras ditas por ela para estimulá-la a continuar a conversa.
      Após 3 sessões, a paciente mudou o estágio de depressivo para maníaco. Nessa fase, ela ficou muito falante, alegre, fazia discursos incoerentes e tinha ideias e planos como ir ao banco para pegar seu dinheiro (ela repetia isso muitas vezes). Quando a aluna viu que o estágio havia sido mudado, bateu uma desmotivação, porque quando finalmente ela estava conseguindo lidar com o outro estágio, teria que ''começar'' do zero para agora conseguir tratar do estágio maníaco. A paciente também tinha desejo de fuga, porque como estava muito alegre pensava que estava bem.
     Então, para lidar com o estágio maníaco, a aluna estimulava a paciente a falar algo em ordem, porque na verdade, a paciente falava muita coisa sem nexo. Então, a aluna ajudava-a a organizar as suas frases, ouvia reflexivamente tudo que ela falava. Era preciso impor limites e dizer ''não'' em momentos como quando a paciente queria fugir. Essa fase a aluna achou mais fácil de lidar, porque a paciente expressava melhor os seus sentimentos e assim era mais fácil analisar como deveria agir,
     O bom desse texto é que além dos sentimentos da paciente, é relatado as dificuldades e como a aluna se sentia nesse processo de interação, porque não é fácil para o profissional agir de modo que essa situação não o afetasse também. Além disso, a aluna foi uma ótima observadora em analisar todos os passos da paciente para identificar como ela estava se sentindo e como deveria fazer pra ajudá-la.
   

      Você concorda com os métodos utilizados pela aluna para lidar com os problemas? Acha que o estágio do paciente pode influenciar o modo de agir do profissional que está cuidando? (Como foi o caso da aluna ao se sentir mais desanimada quando sua paciente estava no estágio de deperessão).

Bibliografia: Martins, L.M.M. (1999) Assistência de enfermagem a pacientes com desordem bipolar e sentimentos da estudante de enfermagem: estudo de caso. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 33, 421-427

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

      O segundo texto o qual falei que comentaria na postagem anterior é um artigo sobre um método de aprendizagem adotado por Carl Rogers, considerado um dos percursores da psicologia humanista. Carl Rogers criticava o sistema tradicional, aulas expositivas com o foco no professor. Ele acreditava que o sistema educativo deveria criar um clima propício para o crescimento pessoal do aluno. No modelo ''Atenção centrada no aluno'' fala que o professor deveria ser um facilitador na aprendizagem do aluno para criar um ambiente adequado a ''iluminar'' as ideias, Assim, os alunos deveriam ser os responsáveis do próprio processo de aprendizagem e esse sistema educativo deveria fornecer os materiais para o estudo.
     Rogers começou elaborando a teoria de ''Aprendizagem centrada na pessoa'' e a partir daí, ele desenvolveu dois conceitos para melhor compreensão:

  •  ''tendência atualizante: correlação entre a experiência real e a simbólica, considerando as necessidades além das que seriam elementares da nossa existência
  •    ''tendência não-deretividade: é a autonomia da pessoa na sua escolha de qual direção seguir (''o cliente pode tomar as rédeas se ser guiado por um técnico''


     Bom, ele também conceitua a ''Aprendizagem centrada no aluno''  que contrasta o modelo tradicional que tudo gira em volta do professor, porque para Rogers, o centro deve ser o aluno e ele precisa correr atras, ter iniciativa própria, ou seja, o indivíduo deve interiorizar o processo de aprendizagem, e o professor apenas facilitá-lo.
     Para isso, o professor precisa aceitar os alunos como eles são, e permitir que expressem suas opiniões sem julgá-las. Deste modo, é criado um ambiente escolar sem pressão, já que as atividades planejadas são feitas com eles e não para eles, O aluno, então, passa a ter um desenvolvimento intelectual e um crescimento como pessoa,
    Esse texto parece ter muita ligação com o texto que falei da postagem passada, porque é como se ele encontrasse uma ''solução'' para mudar o sistema tradicional o qual Rogers tanto critica. Mas como disse anteriormente, é preciso de interesse dos alunos para isso funcionar. Rogers definiu a aprendizagem como sendo uma ''insaciável curiosidade'', já que os alunos aprendem aquilo porque para eles, é significante. E o desinteresse é um dos piores inimigos da aprendizagem. É por isso que os professores devem tentar ir ao encontro do que o aluno tenta compreender, e caso necessário, reformular o método de ensinar, para que o aluno tenha um papel ativo de intervenção no seu próprio processo de aprendizagem.
    O aluno deve abandonar a passividade, buscar entender, pesquisar sobre o assunto, e caso tenha dúvidas aí sim procurar o professor (nesse caso o professor é apenas um facilitador). Então, aprender é um processo de contribuição no qual o aluno tem o maior papel e o professor é apenas um orientador que acredita na capacidade de aprender e pensar sozinho do aluno.
    E agora que foi apresentado este método, diferente do qual estamos acostumados (aula expositiva), o que você pensa sobre? Daria certo? Seria melhor pros alunos? Penso que esse método tornaria os alunos muito mais independentes, com mais interesses, e sempre buscando novas aprendizagens, mas é preciso de muita disciplina para isso dar certo.


Referência: Capelo, F.M. (2010) Aprendizagem Centrada na Pessoa: Contribuição para a compreensão do modelo educativo proposto por Carl Rogers Revista de Estudos Rogerianos, A Pessoa como Centro, no. 5

        Bom, o primeiro texto que comentarei faz uma análise dos métodos de avaliação e a eficiência ou não deles. No começo, o autor faz uma reflexão sobre a avaliação dos alunos, se avaliamos da maneira correta ou se pelo menos avaliamos da forma que queremos avaliar, mas que no final do curso precisa determinar uma nota para o aluno. Assim, deve-se decidir se a nota do aluno alcançou ou não os objetivos previamente estabelecidos, ou decidir a nota do aluno ao compará-lo com o restante da sala, ou ainda se a avaliação deveria ser por algum critério.
      Essa última avaliação citada é a forma mais tradicional na determinação das notas dos alunos. Aí se fala sobre a curva gaussiana, em que a partir do desempenho de algum grupo de estudantes, é comprovado o escore obtido por um aluno com a média do grupo. Então, se alguém vai melhor que essa média, quer dizer que a pessoa está acima da média, e se for pior, abaixo da média. Dependendo da nota, o professor pode fazer alguns ajustes nos resultados para compensar provas muito ''fáceis'' ou muito ''difíceis''. Isto é, se a turma só está tirando notas muito boas, o professor dificulta na próxima prova, assim como se só está tendo notas ruins, a próxima prova será mais fácil.
      Percebemo que com esse método de avaliação estamos avaliando apenas o desempenho do aluno com relação ao grupo e não o que ele, de fato, aprendeu. Assim, mesmo que o aluno esteja acima da média do grupo, não quer dizer que ele está totalmente preparado para seguir adiante em seus estudos, porque ele pode não estar dominando suficientemente a matéria caso a média do grupo seja baixa. 


      
       Várias unidades da USP avaliam os  resultados de seus cursos por ano a partir da análise de distribuição normal em cada disciplina. Na pesquisa feita com os alunos foi dado a eles o tempo que eles precisassem para realizar experimentos ou questões propostas. Depois disso, os alunos eram submetidos a uma avaliação sobre o conteúdo apresentado. O resultado foi que os alunos dominavam 90% dos objetivos previamente estabelecidos. Viram que nesse caso não foi uma comparação com outro grupo? Na verdade, o desempenho do aluno que foi avaliado. O fator tempo levou a curva gaussiana a deformar-se, em vez de estar na média, estava em direção a escores mais elevados. Assim, podemos ver que a curva de gaus mede o quanto o aluno pode aprender em um determinado período de tempo.
       Para conseguirmos manter um número grande de alunos com escores elevador, é preciso procurar meios para que o ritmo individual deles seja respeitado. Todo mundo sabe que tem alunos que tem facilidade de entender algum assunto em menor período de tempo e que outros levam mais tempo. Mas se determinar um limite de tempo, esse aluno que leva mais tempo, pode acabar não tendo o aprendizado necessário e suficiente para seguir nos estudos. Por isso que, a avaliação deve ser feita por critérios de aprendizagem previamente estabelecido abrangento TODA a matéria e o que se espera do aluno ao final da aprendizagem. Neste caso, o aprendizado do aluno é comparado com critérios e não com outros alunos.
     O que você acha sobre esse assunto? Concorda que esse método da curva de gaus não é um método eficiente para avaliar o que o aluno de fato aprendeu? Bom, eu acho que para termos ótimos resultados, de fato, é preciso respeitar o tempo de cada aluno aprender o conteúdo, porém é preciso pensar se esse tempo está sendo bem utilizado. Quero dizer que os alunos precisam ser bem disciplinados para que isso dê certo, até porque se deixarmos o tempo que o aluno quisesse, muitos alunos não interessados só iriam prorrogar esse tempo e nunca terminar. Por isso, no próximo texto que será na postagem seguinte, irei comentar desse método que inclui o fato de colocar o aluno interessado.
 
Dib, C.Z. (2002) Afinal, o que você efetivamente mede quando sua avaliação é referenciada pela distribuição normal ? Boletim informativo do instituto de Física da USP. http://www.if.usp.br/bifusp/bifold/bif0218.htm

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Na vida, dez; Na escola, zero

       O texto de Terezinha Nunes Carraher, David Willian Carraher e Analúcia Dias Schliemann ''Na vida dez; Na escola, zero'' mostra que muitas crianças conseguem se virar com a matemática no dia a dia, porém são um ''fracasso'' na escola.
       Deficiências  variadas como nas funções psiconeurológicas, bases para a leitura e matemática, conceitos básicos, entre outras deficiências acontece muito com crianças de ambientes desfavorecidos, além disso elas possuem um grande sentimento de culpa e de vergonha. Os processos psicológicos desenvolvem-se com base na experiência principalmente de quando eramos mais novos, e essas crianças de ambientes desfavorecidos carecem de experiências cruciais.
      Um fato que me chamou atenção nesse texto foi que as classes mais baixas não dão muito valor a educação e não se permitem pagar caro no ensino dos filhos, já que eles tem necessidade de empregá-los o quanto antes para contribuir para o sustento da casa. E, por isso, eles valorizam muito mais o trabalho, Também foi apontado que o sistema de educação contribui para o baixo acesso da classe baixa a uma educação formal. Assim, escola particular é prestígio para classe média, e os colégios da rede pública para as classes inferiores.
      O uso da matemática está presente no cotidiano das crianças de classes desfavorecidas, já que é comum que os membros da família tenham um negócio em feiras, por exemplo, que é preciso utilizar da matemática pra calcular o preço do produto a ser vendido e o troco. Então, essas crianças já tem um convívio diário com a matemática. Foi feito um teste  entre essas crianças de 9 a 15 anos onde foram respondidas 63 questões de matemática em um teste informal e 99 no teste formal.
    O teste informal foi feito no contexto que as crianças costumam fazer os cálculos diários, em feiras, barracas de coco e até carrinhos de pipoca. O entrevistador fazia perguntas como ''quanto custa se eu comprar tantos cocos?'' ''quando deu no total?'' ''qual vai ser o troco?''


    Já no teste formal, os problemas a ser resolvido pelas crianças tinha duas etapas: ''sob a forma de operações aritméticas a serem resolvidas sem qualquer contexto a partir de uma representação no papel'' e ''sob a forma de problemas do tipo escolar, como: Maria comprou... bananas, cada banana custava..., quanto dinheiro ela gastou?''.

    No resultado do teste foi visto que as crianças acertavam em torno de 98,2% das perguntas no teste informal, e no teste formal 36,8% das operações e 73,7% dos problemas. Elas acertavam mais os problemas do teste formal do que as operações que tinham que ser feita com lápis e papel, porque é mais semelhante ao que elas fazem diariamente como foi feito no teste informal. As crianças conseguiam fazer os cálculos na mente, mas na hora de escrever no papel, ficava mais difícil. Por que será que isso acontece? Talvez, as escolas deveriam priorizar o ensino de acordo com a capacidade do aluno e investir mais no método que eles aprendem mais facilmente. Porque se da o mesmo resultado, qual o problema de eles fazerem a conta na mente em vez de escrever o cálculo no papel? Essas crianças precisam de mais motivação, só assim vão deixar de largar a escola e achar que são incapazes.
     É preciso reparar também no jeito de perguntar, porque dependendo do jeito que se faz a mesma pergunta pode obter resultados diferentes na resposta. Como conclusão, percebemos que a escola muitas vezes ensina só como multiplicar, somar, dividir ou subtrair, ou seja, em procedimentos ''formais'' e os métodos utilizados pelas crianças não são aproveitados pela escola. As crianças devem ser ensinadas a pensar na escola e não apenas a resolver cálculos automaticamente. Então, por isso, o fracasso escolar aparece como um fracasso da escola, porque esta não estimula o aluno a usar a capacidade que ele tem no dia a dia, e sim um método deles, e por não fazer uma ponte entre o conhecimento formal e o informal.


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

A patologia do tédio

     A monotonia é um grande problema que nós humanos enfrentamos. Já percebeu que pessoas que trabalham durante muito tempo tarefas repetidas costumam estar sempre estressadas e reclamando do trabalho? No livro Psicobiologia: as bases biológicas do comportamento, de Woodburn Heron, cujo título do testo é ''A patologia do tédio'' demonstra bem esse assunto.
     Hebb, um psicológo que em 1951 fez um experimento junto com alguns colaboradores que tinha o objetivo de obter informações básicas de como nós, seres humanos, lidamos em situações onde nada acontecesse. Estudantes do sexo masculino recebiam 20 dólares por dia para participar. Eles teriam que ficar em uma cama num cubículo iluminado, 24 horas por dia até quando aguentassem, e só poderiam ter intervalos para refeições e para ir ao banheiro. Eles usavam visores translúcidos que transmitiam luz difusa, e que impediam de ver as formas. Um ambiente totalmente horrível para qualquer pessoa estar, ainda mais sem nada pra fazer. Você acha que eles conseguiram e ficaram normais ou que algo diferente aconteceu com eles?
      Pois é, meio difícil ficarmos normais num ambiente assim, e foi aí que os estudantes começaram a relatar que não conseguiam pensar sobre nada. A maioria foi com o intuito de pensar no trabalho, rever estudos ou qualquer coisa que os distraíssem, mas viram que não foi possível e que tinha algo afetando o raciocínio deles de alguma forma, já que não conseguiam nem pensar em alguma coisa para pensar.
     À medida que o tempo passava, eles pioravam e ficavam cada vez mais irritados. Muitos deles depois de um longo tempo isolados começaram a ver imagens, como se estivessem tendo alucinações. No começo, eles viam formas geométricas ou linhas, depois eles começaram a ver padrões abstratos se repetindo, podendo até ser figuras reconhecíveis. E, por último, num estágio mais grave, haviam cenas como ''uma fila de esquilos, com sacos nos ombros, marchando resolutamente pelo campo visual, animais pré-históricos andando numa floresta, filas de óculos descendo uma rua''. Isso começou soar como pertubações que até inferiam nos sonhos dos estudantes.


     As alucinações não era só na visão. Algumas pessoas escutavam vozes se repetindo ou até mesmo uma vitrola tocando, Eles sentiam como se a mente fosse uma bola de algodão flutuando sobre o corpo. Quando os sujeitos saíam depois de muito tempo isolados, teve uma descoberta muito notável que era como se todo o quarto estivesse em movimento, as superfícies estivessem curvas e os objetos com diferentes tamanhos e formatos. Foi registrado também um aparecimento de ondas lentas que geralmente estão presentes durante o sono e não acordado, e as frequências na região do ritmo cerebral mais importante foi encurtada.
     Durante o isolamento, os sujeitos tiveram muitas dificuldades até em achar o caminho para o banheiro, ficavam ansiosos e ao acordar mostravam ter muita agitação. Alguns falavam sozinhos, cantavam ou recitavam poesias. Essa exposição ao ambiente monótono provocou pertubações no raciocínio dos estudantes, e com isso, gerou alucinações.
     Os resultados desses experimentos conseguiu explicar uma série de coisas, como o fato de que é muito comum choferes de caminhão terem alucinações durante as longas viagens, e que, depois de muitas horas na estrada, eles podem começar a ver coisas como gigantescas aranhas vermelhas no pára-brisa e animais atravessando a estrada, e isso faz com que acidentes ocorram. A mesma coisa acontece com aviadores em longos vôos.
      O que você achou sobre esse experimento? Acha que os estudantes exageraram ou é possível eles ficarem da forma descrita? Você aguentaria fazer esse experimento? Pra quem não suporta ficar sem o que fazer absolutamente nada como eu deve ser muito complicado. Se eu fosse participar, acho que não aguentaria nenhum dia, mas acho que iria tentar. E será que eles voltam ao normal depois disso? Sim, no texto mostra um caso que demorou até um dia para voltar ao normal, mas que voltou. 

O novo sentido do tato

                        
        O texto de Schrope, ''Simply sensational'', New Scientist retrata a importância do estudo do tato. Já parou pra pensar que são poucas as pesquisas sobre esse sentido? Que os estudos feitos sobre o tato nem se compara aos feitos sobre a visão e audição, por exemplo. Só para você ter uma noção, no mundo todo, há cerca de apenas 100 pessoas que se dedicam para estudar e pesquisar o tato, enquanto que há milhares de cientistas que estudam os outros sentidos falado anteriormente.
       E para provar que esse sentido é muito importante, o autor do texto falou de dois experimentos: macacão táctil de pilotagem e o ''coelho cutâneo''. O primeiro é um equipamento que ajuda a evitar os acidentes causados por pilotos de avião por causa de desorientação no meio do vôo. Esse macacão pode também por meio de reação instintiva ao toque impedir acidentes de carro (evitando que as pessoas batessem o carro), e também guiá-las em seus destinos. Já o outro estudo, foi feito pelo Frank Gelrard e Carl Sherrick  que estavam tentando desvendar como o cérebro interpreta a sensação de alguma coisa dando toques na pele. Para isso, eles construíram uma braçadeira que tinha 3 vibradores feitos de alto-falantes de fones de ouvido no antebraço em intervalos regulares. Um gerador de sinais mandava sinais pulsantes para os vibradores. Porém, esse circuito foi montado de forma incorreta, porque em vez de um pulso em cada vibrador, Geldard recebia cinco rápidos golpes no pulso, cinco na metade do antebraço e cinco na altura do cotovelo, e por receber os golpes em pontos localizados entre os vibradores, tinha a sensação de ser um microcoelho pulando, por isso o nome ''coelho cutâneo''.

        Ainda não ficou convencido da importância desse sentido para nossas vidas? Vou falar um pouco do traje táctil de vôo que até mesmo uma pessoa sem experiência de pilotagem, poderia utilizar tranquilamente e conseguir manter o helicóptero imóvel durante um vôo estacionário. Quando o helicóptero se inclina para frente, as fortes vibrações do traje faz com que a pessoa corrija a posição, se inclinar para algum dos lados, a vibração é feita na lateral do macacão. Ou seja, para qualquer que seja o movimento, se é para cima, para baixo, para os lados, as vibrações farão com que a pessoa tenha uma reação automática e corrigir os movimentos involuntários. Pra você entender a eficiência desse traje na transmissão das informações, até pilotos militares conseguem voar vendados depois de alguns minutos de treinamento. O macacão também pode avisar os pilotos sobre a aproximação de inimigos e a localização exataa deles. Nossa, o quão útil isso é? Quantas pessoas teriam escapado da morte por causa desse macacão? E por que ainda não há tantos estudos sobre o tato?
             Empresas automobilísticas estão ajudando uma equipe a desenvolver sistemas táteis para seus carros e caminhões. Isso quer dizer que ''os sistemas estariam ligados a aparelhos de radas de curto alcance e ofereceriam um alerta físico ao motorista quando algo se aproximasse do carro'', então caso uma criança aparecesse do nada na frente do carro ou algo do tipo, o sistema provocaria um forte toque no peito do motorista provocador por tatores instalados no cinto de segurança. Se algo estivesse perto da lateral do carro, o alerta seria do lado do corpo. Não é preciso pensar, é simplesmente instintivo. Até uma pessoa cega poderia dirigir, por causa das vibrações do cinto que a conduziria até o seu destino.
              Para isso, é preciso de mais investimentos para acelerar as pesquisas, e é importante destacar que esses estudos comprovam a importância do tato. Já pensou como isso seria bom no nosso dia a dia? Pessoas que morrem em acidentes de carro sem nem terem culpa por causa de uma pessoa com falta de atenção e negligente no trânsito, poderiam evitar esses acidentes. E você o que acha sobre esse assunto? Você usaria um macacão desses? Se estiver interessado em entender melhor os estudos, o link do texto é: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1706200101.htm

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Modulação da mente: conserto ou manifestação?

           São várias as tentativas de melhorar o desempenho humano, e a indústria farmacêutica vêm tentando proporcionar tratamentos para a cura do mal de Alzheimer e para controlar o comportamento das crianças. Esse assunto é discutido no capítulo 10 da obra ''O cérebro do século XXI''. 
            É verdade que todos nós temos ''medo'' de envelhecer, não é? Isso porque vamos ficando cada vez mais frágeis, e a nossa memória vai ficando cada vez mais curta. Foi comprovado que o declínio da memória está relacionado à idade, por isso as companhia farmacêuticas tentam arranjar alguma solução para isso. São vários os remédios que ajudam a melhorar a cognição e a memória (multivitaminas, lecitina,etc). Para encontrar uma droga que pudesse restaurar a função cognitiva devido à deficiência de memória causada pelo Mal de Alzheimer, foi testado substâncias em animais. Essa substância diminui a acetilcolina e a falta dela, deixa o animal com amnésia, o que fazia que ele esquecesse como fazer o treinamento que tinha aprendido para fazer alguma tarefa. Então, foi visto que as drogas que restauram a função colinérgica, protegem contra a amnésia. Porém, esse teste não foi eficaz nos humanos, infelizmente e são várias as explicações do por quê só da certo em animais. Uma delas que fica mais fácil para entendermos, é que o aprendizado nos animais são testados por critérios de desempenho de alguma tarefa (como lembrar o caminho de um labirinto), já nos humanos o aprendizado e a lembrança é muito mais complexa, e por isso a cognição é difícil de ser testada em animais.
        Eu concordei muito com a frase do autor que diz que ''envelhecer não é uma doença, é uma condição de vida, e as consequências de criar uma sociedade que recusa a aceitar o envelhecimento - pelo menos para os ricos - são passíveis de questionamento''. Por que não podemos aceitar que é normal não termos a mesma disposição, a mesma memória, a mesma saúde de quando mais jovens? Por que é preciso arrumar uma solução para tudo? É claro que se for um caso mais grave como o mal de Alzheimer, eu concordo que é preciso procurar a cura. Porém pra uns simples esquecimentos de determinadas coisas, é preciso mesmo ter uma ''solução''? Como no texto fala, essa vontade de querer melhorar a todo custo a nossa capacidade de memória pode ser comparada com  o uso de esteróides para melhorar o desempenho atlético. Por que precisamos ser 100% perfeitos? Ninguém é perfeito, mas pelo visto, querem que sejamos ao tentar ''dar um jeito'' para todos os nossos problemas, mesmo que eles não sejam tão grandes. Já pensou se disponibilizassem novas drogas que fossem realmente eficazes para melhorar a concentração dos estudantes nos exames? Quem ficasse de fora dos concursos iria dar um jeito de recorrer e identificar quem passou como fraude por usar drogas para isso. 
     Outro assunto citado no texto é sobre o comportamento hiperativo das crianças, e isso que caracteriza que ela é muito desatenta. E se a criança se comporta fora da normalidade das outras crianças, é considerada ''anormal'' porque foi diferente da ocasional. E o que tem ser diferente? Ta aí mais um jeito que tentaram arranjar uma ''solução'' para isso. A ritalina foi no começo como uma febre, já que melhorava o comportamento das crianças (elas ficavam mais calmas e conseguiam prestar mais atenção nos estudos), assim era comercializada até na escola. Um absurdo, porque é um medicamento muito forte para ser ''banalizado'' dessa forma, mas com o tempo ela só era comercializada com receita médica. Porém, o que acontece é que as crianças são muito inquietas de fato, e não querem ficar sentadas durante muito tempo assistindo uma aula, por exemplo. Por causa disso ela tem que tomar um medicamento tão forte? Não acho isso certo, a não ser que seja um caso grave mesmo que envolvem muitos outros fatores para esse déficit de atenção. Mas a verdade é que muitos pais, por serem ocupados, e não terem muito tempo de controlar os filhos, assim como os professores, tentam arranjar um meio de fazer eles ficarem quietos e, por isso, socorrem aos remédios. É preciso ver se há outros meios de melhorar esse problema, como mudar o hábito da alimentação das crianças e adicionar alimentos mais saudáveis, e tirar os vícios em televisão e computadores. Assim, pode resolver o problema de uma forma não agressiva para as crianças, pelo contrário, uma forma que só fará bem a elas.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Explicação do cérebro, cura da alma?


          Será que as doenças sempre foram vistas da mesma maneira que são nos dias atuais? Bom, no capítulo 9 da obra ''O cérebro do século XXI'' de Steven Rose, pude ver que, na verdade, nem os tratamentos eram os mesmos. Alguns tratamentos eram feitos na combinação de extratos de ervas para que a harmonia e o equilíbrio da pessoa se normalizasse. E havia, também, até formas de exorcismo para expulsar os maus espíritos. O fato é que classificar os tipos de pertubações como doença é algo mais recente. Começamos classificar as pessoas pela doença que elas possuem, ao contrário da obra de Aroldo Rodrigues, a qual eu comentei no post anterior, que classificava as pessoas pelos hábitos delas.
         Bom, é importante percebermos que para classificar as doenças, é preciso separar a mente do corpo e que existe uma diferença entre distúrbios neurológicos e psicológicos. Os neurológicos são lesões do cérebro e os danos psicológicos não são evidenciados de forma tão clara
         Um experimento feito por David Rosenham na califórnia, cujo tema era ''Sobre ser saudável em lugares insanos'' teve um resultado bem interessante. Rosenham e mais 8 voluntários se internaram em um hospital e disseram que ouviam vozes repetindo a palavra ''thud'', só que era pra eles se comportarem de forma normal e depois explicar que a voz havia cessado. Porém, até o comportamento normal deles eram considerado anormal. O que fazia notas teve seu comportamento considerado um ato compulsivo de escrever. Isso não é um absurdo? Só porque ele estava em um lugar considerado insano ele não poderia ser saudável? Depois desse experimento, Rosenham anunciou que tinha outro grupo de pseudo pacientes nos hospitais (sendo que não havia nenhum), mas os psquiatras declararam ter identificado 41 pseudo pacientes. Ou seja, só porque foi anunciado que teria, eles ficaram atentos em observar quais eram os pseudo pacientes, quando na verdade não havia nenhum.
       Steven Rose também me fez pensar sobre a utilização de medicamentos quando estamos doentes. Isso porque, alguns medicamentos têm efeitos colaterais bem fortes, mas não podemos também nos prender a isso, visto que dependendo da doença o efeito colateral pode ser algo não muito agressivo ao comparar o benefício que o remédio fará a pessoa. É preciso entender também a questão da variação, ou seja, uma pessoa pode reagir de forma diferente da outra utilizando o mesmo medicamento. Assim, para algumas pessoas pode surgir efeito e para outras não.
      Uma coisa que me chamou atenção, é explicar as doenças pela lógica de ''ex juvantibus'', assim mesmo que você não se sinta doente, se os exames mostrarem que você está doente quer dizer que você está. Ou seja, mesmo você se sentindo muito bem, tendo um ótimo bem-estar físico, mental e social, é preciso tratar da sua doença porque foi diagnosticado pelos exames que você a possui. Bom, é claro que pode existir doenças que não se manifestam quando são recentes de forma que afete a pessoa, mas o que eu quero dizer é que nem sempre temos que ficar preocupados para utilizar medicamentos para tratar, de qualquer forma, algumas doenças que nem se quer tivemos sintomas ou algum incômodo, entende? As vezes, o fato de você descobrir que está doente, te deixa mais doente (psicologicamente falando) do que a doença em si.
Por exemplo, até as propagandas nos induz à sempre recorrer aos medicamentos. Quem nunca viu aquela propaganda que aparece uma pessoa espirrando e a outra fala: ''É gripe? Benegripe!'' Então quer dizer que a pessoa não pode nem espirrar que já tem que ficar preocupada com uma possível gripe e já socorrer aos fármacos? Temos sim que estar atentos, mas essas preocupações em excesso podem nos deixar doentes de verdade.


       Uma substância química estranha introduzida no corpo pode causar tolerância a ela, ou seja, é preciso de doses cada vez mais alta da substância pra que ela continue causando o efeito desejado. E, se o uso for interrompido, a ausência da substância pode ser notada pelo organismo, o que pode levar a pertubações fisiológicas. É assim que começa o vício e a dependência do medicamento. Dependendo do quão grave está, como é o caso do uso de barbitúrico citado no texto, pode levar até mesmo a morte da pessoa.
       Assim sendo, termino esse post de forma a tentar que vocês reflitam sobre esse assunto, e deixando claro que o autor do texto não é contra o uso de medicamentos, apenas chama atenção sobre os riscos que as vezes pode passar por despercebido e que temos que ter essa noção de que é preciso separar a mente do corpo para entender como funciona as doenças.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Reflexão sobre nossas atitudes e comportamentos

Como conhecemos as pessoas com as quais interagimos?

      Você já teve a impressão de que uma pessoa era totalmente o contrário depois que a conheceu melhor? E depois que conheceu bem, você viu que ela não era nada do que tinha pensado antes? Isso acontece porque fazemos esteriótipos dos outros, ou seja, fazemos inferências sobre a personalidade das pessoas de acordo com as suas características. Temos esteriótipos das pessoas de cada região do Brasil, por exemplo, todo mundo já ouviu falar que os mineiros são ''mão-fechada'', miseráveis ou mesquinhos (uma pessoa que não gosta de gastar nem de compartilhar dinheiro). Mas isso quer dizer que todos os mineiros são assim? Não, há muitos que não são dessa forma e são taxados assim por causa do esteriótipo que temos dos mineiros.

      Esse assunto é mostrado no capítulo 2 da obra de Aroldo Rodrigues, ''Psicologia social para principiantes: estudo da interação humana'' com exemplos muito claros para entendermos até que ponto é esteriótipo e quando já vira preconceito. Quando rotulamos as pessoas com aspectos totalmente negativos é considerado preconceito, por exemplo, se falarmos que judeus são ladrões só pelo fato de ser judeu, estamos sendo preconceituosos.
  
     Outro tema abordado nesse capítulo que me chamou atenção foi o modo pelo qual fazemos atribuições. Fritz Heider mostrou que tendemos fazer atribuições das nossas ações a fatores externos e a dos outros a fatores internos (erro fundamental de atribuição). Mas o que isso quer dizer? Quer dizer que estamos sempre tentando fazer atribuições que nos façam ser julgados positivamente pela sociedade. Assim, se você deixou um prato cair no chão, você diz que o chão estava molhado ou que alguém te assustou ou empurrou (fatores externos). Mas, se alguém que tiver deixado o prato cair no chão, você diz que a pessoa é desastrada e desatenta (fatores internos). Porém, o autor da obra só analisou dessa forma, mas há casos que as pessoas atribuem fatores internos a elas mesmos. Tem pessoas que já se consideram desastradas e se isso acontecesse com elas, elas não culpariam alguém senão elas mesmas.

Como influenciamos as pessoas ou somos por elas influenciados?

  Estamos sempre tentando induzir as pessoas a fazer o que queremos, assim como também fazemos a vontade dos outros por influências. Para conseguir alcançar a influência desejada, existem alguns tipos de poderes.
 
  •   Bom, o poder de coerção é uma forma de punição caso a pessoa resista à influência. Podemos ver esse tipo de poder numa relação entre pai e filho. Quando o pai ameaça deixar o filho de castigo se ele não arrumar o quarto, podemos perceber que o castigo seria uma forma de punição, ou seja, ele está exercendo um poder de coerção.
  • O poder de recompensa é quando gratificamos alguém por ela ter aceitado ser influenciada. Quando oferecemos um chocolate, por exemplo, a um amigo se ele nos fizer um favor.
  • O poder de legitimidade é quando reconhecemos legitimidade no que está sendo prescrito pelo influenciador. Seguidores de um líder de um grupo o obedecem pela legitimidade dele, já que, provavelmente, ele foi o escolhido para ser líder.
  • O poder de conhecimento é quando aceitamos a influência de alguém, porque vemos que ela tem mais conhecimento que nós sobre o assunto. Seguir as prescrições de um médico por acreditar que ele tem mais conhecimento e saber bem o que está fazendo.
  • O poder de referência é quando deixamos ser influenciados porque gostamos da pessoa, ou seja, se a pessoa é uma referência positiva para nós. Assim como se a pessoa tem uma referência negativa, faremos o contrário do que ela faz, por exemplo, se a pessoa tem fama de não fazer bons negócios, tentaremos fazer o oposto para sermos bem sucedidos no mundo financeiro.
  • O poder de informação é quando uma pessoa convence a outra de fazer o que ela prescreve por meio de uma informação para que ela entenda a importância da prescrição. É importante tomar um remédio prescrito pelo bem que fará a saúde, por exemplo.
O poder de coerção e de recompensa necessitam da supervisão do influenciador, visto que não foi interiorizado o comportamento a ser seguido como nos demais poderes, ou seja, a pessoa só vai fazer o que foi dito quem mandou estiver presente.
  • O processo de influência social pode se dar por:
  1. Princípio do contraste: Quem nunca fez algo errado e para se justificar para alguém, antes de contar o feito, começou a falar coisas mais graves do que fez para quando contar a verdade, a pessoa se sentir aliviada e não considerar o que fizemos algo tão grave assim? Esse é o efeito de contraste.
  2. A regra da reciprocidade: Quando queremos algo e começamos a pedir muito além para que, ao contarmos o que de fato queremos, a pessoa achar que somos compreensivos por não pedir muita coisa.
  3. Comprovação social: utilizamos a pressão social para alegar que mais gente está nos apoiando e como, de uma maneira geral, ninguém quer ser diferente, é mais fácil dos outros também nos apoiarem.
Atitudes Sociais: nossos sentimentos pró e contra objetos sociais

   A atitude é um sentimento e possui 3 elementos que estão interligados:

a) componente afetivo = sentimento de pró e contra
b) componente cognitivo = pensamentos em relação ao objeto
c) componente comportamental = comportamento frente ao objeto

Um exemplo claro que o autor utilizou foi ''Se não gostamos (afeto) de pessoas pertencentes a um determinado grupo (político, racial, religioso, etc.), necessariamente temos uma série de pensamentos (cognição) relativos a tal grupo e, ao encontrarmos um membro desse grupo, manifestamos (comportamento), através de ações específicas, que com ele não simpatizamos.''

Por que somos agressivos quando ajudamos os outros?

A agressividade é um comportamento que causa dano ao outro, mas é preciso identificar se foi um ato intencional (causalidade pessoal) ou se foi por outros fatores contra a vontade da pessoa (causalidade impessoal). 

O comportamento agressivo pode ter origem da educação dada aos pais, porque o modo como eles tratam os filhos ou como são como casal pode influenciar na personalidade mais ou menos agressiva da criança.
Uma criança que está no convívio de agressões que está sempre se repetindo, perde um pouco da sensibilidade e começam a achar algo natural de acontecer.

Nesse capítulo podemos ver as atitudes que pode contribuir para que as crianças criem um comportamento agressivo desde pequenas, seja pela presença de objetos agressivos ou pelo convívio com pessoas violentas, por exemplo.

E o que você acha sobre isso? Concorda que o ambiente em que a pessoa vive pode alterar a personalidade dela? Ou acha que tem pessoas que já nascem mais ou menos agressivas?


Bibliografia:
Rodrigues, A. (1992) Psicologia social para principiantes: estudo da interação humana.