sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O contexto do uso da droga

     O último texto que irei falar é sobre uma tese de doutorado da USP feita pela Agostinha Mariana Costa de Almeida: ''Complexidade de associações de estímulos condicionais de “occasion
setting” do contexto do uso de droga, com abstinentes de cocaína: Uma
interface entre o laboratório e a clínica''.
      A droga que foi estudada foi a cocaína, que nos últimos anos teve um grande aumento do número de usuários. Isso porque, na década de 80, era mais elitizado, mas a partir dos anos 90 o uso se disseminou. A droga é responsável por dar um prazer para o usuário, uma euforia que pode levá-lo ao uso  compulsivo e faz o usuário querer adquirir cada vez mais. Porém, quanto mais se usa, mais o efeito vai diminuindo, ou seja, a pessoa precisa de doses maiores para obter o mesmo efeito. Isso é o que é denominado tolerância. No texto, a autora diferenciou tolerância de adicção, pois este último termo seria o mesmo da dependência, o uso abusivo da droga.
     Algo que me chamou atenção durante o texto é o fato de que antes os usuários de drogas eram taxados de pessoas fracas e sem caráter, como se fossem pecadoras, mas ao longo do tempo o uso abusivo de drogas já pessoa a ser considerado doença e as pessoas então, doentes. Porém, é preciso que esse termo seja ensinado para as pessoas que insistem em considerar os doentes como ''pobres em auto-controle'', como se eles não parassem de utilizar a droga por falta de força de vontade, ou seja, é preciso explorar mais esse termo paras as pessoas que não possuem conhecimento.
      A autora considera influências de amigos, festas o agente incentivador do uso de drogas ("Um estímulo pode sinalizar a vinda da droga, atuando como excitatório ou inibitório, depende das associações de representações que são sinalizadas." (ALMEIDA, 2008)). O usuário da droga estabelece associações positivas entre algum fator externo e os efeitos da droga, certo? Assim, deveria também estabelecer associações negativas, ou seja, através da aprendizagem condicionada, seria possível inibir o vício.
      Alguns tipos de tratamento para os adictos de cocaína foram  citados no texto. O modelo terapêutico da teoria psicodinâmica coloca a terapia com função de proporcionar uma gradual identificação e introjeção de elementos bons pelo paciente, como o estabelecimento de um forte vínculo terapêutico e o problema relacionado com a droga se tornaria uma neurose.
A teoria motivacional diz que o paciente tem que estar preparado para o tratamento para que ele se tornasse eficaz, caso não fosse, não seria possível.
A teoria da religiosidade diz que os pacientes são beneficiados pela prática religiosa, principalmente se estão sujeitos a períodos de mudanças sociais e psicológicas estressantes durante o processo de recuperação.
O enfoque comportamental não trata a adicção como uma patologia, ela surge das relações entre o indivíduo e seu ambiente.
     Fizeram pesquisas com abstinentes de cocaína e a maioria dos entrevistados tinham 35 anos, solteiros, possuíam efeito de baixa-estima, tinham o segundo grau completo e que começaram o uso de drogas com a maconha. Os efeitos proporcionados pela cocaína, se tornaram uma espécie de necessidade para os adictos e, mesmo se passassem anos sem fazer o uso da droga, eles eram vulneráveis a recaídas. Depositavam a fé na família, religião ou perdas para evitar terem recaídas.
    O texto apresenta dados e explicações bem interessantes, mas tem uns termos que podem dificultar a leitura, visto que são técnicos. Porém, é um texto que nos ajuda a entender melhor o contexto do uso de drogas (da cocaína que o texto explica bem).


Almeida, A.M.C. (2008) Complexidade de associações de estímulos condicionais de occasion setting do contexto do uso de droga com abstinentes de cocaína: uma interface entre o laboratório e a clínica. Universidade de São Paulo: tese de doutorado.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Luto e melancolia

     Olá, o post de hoje é sobre o um texto de Freud que eu, particulamente, achei mais complicadinho de entender. Mas vamos lá que tentarei falar um pouquinho sobre ele.
    Você vê alguma diferença entre luto e melancolia? Freud explica no texto o que vem a ser cada um. Bom, o luto se dá pela perda da capacidade de amar, desinteresse pelo mundo, desânimo muito doloroso, e há uma consciência do que se perdeu. Já a melancolia tem como diferença a inconsciência, o melancólico não sabe exatamente o que perdeu. Além disso, há uma grande perda na autoestima, ou seja, o próprio ego da pessoa que se tornou pobre e vazio, enquanto que no luto, o mundo que ficou pobre e vazio.
      Achei interessante o modo que Freud explicou o comportamento do melancólico, já que por possuir uma auto-estima baixa, o doente se auto insulta e se auto pune de tudo, é como se ele tivesse um sentimento de inferioridade. Mas o que me surpreendeu é que o melancólico  não tem vergonha de expor os seus sentimentos, pelo contrário, ele consegue expô-los com facilidade.
      Outro fator interessante no texto, é que o melancólico destina a suas auto-censuras em um ser amado, Isso quer dizer que as auto-censuras são retiradas do ser amado e transferidas para o melancólico.
       A melancolia pode ser transformada em um estado de grande euforia(mania). Tanto a melancolia quanto a mania lutam contra o mesmo complexo. Mas o ego é dominado na melancolia e na mania o ego o dominou ou pôs de lado. Na mania o ego precisa ter superado a perda do objeto, é como se o maníaco tivesse se libertado do que lhe fez sofrer.
       A melancolia pode chegar a estágios mais longos do que o luto, já que ela pode surgir só de ter surgido ameaças da perda do objeto. Ao contrário do luto, a melancolia é considerada uma doença que precisa de um tratamento. No luto, o melhor a se fazer é esperar o tempo passar, e dar o espaço necessário pra pessoa.


Bibliografia: Freud, S (2012) Luto e Melancolia. São Paulo:Cosacnaify

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Lama no laboratório

 


  O texto da postagem de hoje é um pouco diferente do que venho falando. Geralmente, falava de textos que tinham com objetivo a cura ou amenizar/melhorar doenças como bipolaridade, depressão e outras coisas negativas. Hoje será o oposto, visto que o texto fala de como aperfeiçoar aspectos positivos, como por exemplo, como se concentrar em um único ponto, a compaixão por meio da meditação. Será que é possível educar a mente com a meditação?
    Bom, o personagem central do texto é o Öser, que é um budista e que passou cerca de 30 anos recebendo educação de um monge. Ele é avaliado por alguns aparelhos que examinam o cérebro enquanto ele medita. Fizeram isso para analisar se é possível, por meio da meditação, lidar melhor com as emoções destrutivas.
    Öser foi convidado por Richard Davidson para ir ao laboratório da Universidade de Wisconsin para ser estudado. A concentração em um ponto, a devoção, o destemor, e ''estado aberto'' (sem atividade mental intencional) e a compaixão forma os métodos utilizados. A compaixão é essencial no treinamento da meditação.
    Öser estava muito interessado e ao contrário das outras pessoas, quis muito participar do experimento que teria que entrar em um aparelho de scanner para o cérebro. Ele era orientado pelos pesquisadores por meio de fones de ouvidos e as imagens eram rastreadas.
    Ao perceber que Öser conseguia controlar o próprio cérebro, Dalai Lama se interessou no caso e quis estudá-lo melhor, até porque os outros pacientes sem treinamento não desenvolveram a mesma capacidade.
    A compaixão de Öser era tão grande que num experimento com dois professores (um tranquilo, calmo, simpático e um agressivo), o professor agressivo nem sentiu vontade de brigar e se sentiu calmo, como se o Öser com seu sorriso e seu jeito conseguiu tranquilizá-lo. Então aí surgiu a dúvida: será que  é uma característica individual do Öser ou a compaixão foi resultado de um longo treinamento? Para isso, tiveram que analisar um número maior de pessoas que meditavam no estado de compaixão.
    Por meio de um teste que era preciso reconhecer expressões faciais que passavam rapidamente numa tela, quem se saiu muito melhor que os outros foram Ösel e um japonês que também participava de retiros. No teste que tinha como objetivo não demonstrar susto , Öser foi o único que não se assustou, e isso foi algo extraordinário, porque o susto não é controlado por nossa própria vontade. Ele se concentrava em um único ponto e a explosão que acontecia não o assustava. A capacidade de se concentrar em um único ponto torna a pessoa extraordinária. Mas esse termo é para quem é como Öser no sentido da compaixão e bondade e no fato de não se preocupar apenas com o bem material.
     Com a educação da mente, as pessoas podem se tornar mais calmas, e buscam mais a compaixão. É preciso avançar nesses estudos (e a meditação ajuda bastante nisso) a como ter o autocontrole e como ela lida com as coisas negativas.


Bibliografia: Lama, D. e Goleman, D. (2003) Como Lidar Com Emoções Destrutivas. Rio de Janeiro: Campus Ltda


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Retratos de Autópsias Psicossociais Sobre Suicídio de Idosos em Teresina


    A postagem de hoje é sobre o suicídio, que por incrível que pareça a cada 35 segundos uma pessoa no mundo tira a sua própria vida. Fiquei chocada com essa notícia, isso quer dizer que pelo menos 900.000 pessoas cometeram suicídio em um ano. O quão grave isso é a ponto de não termos estudos suficientes para a prevenção e a ajuda correta para quem está com problemas que levam ao suicídio.
    Bom, o texto fala sobre um estudo feito com 5 casos de idosos (os idosos que possuem o maior índice de suicídio), por meio de autópsias psicossociais. Para começar a investigação, a família do idoso recebeu uma carta sendo convidado para participar da pesquisa. Era preciso compreender o local que o idoso vivia e os conflitos diários.
    O primeiro caso foi o de Joana, que temia o envelhecimento. Ela possuía uma dinâmica familiar conturbada e um transtorno de humor que a deixava ou muito feliz ou muito depressiva. Joana acreditava que a felicidade viria de acordo com a posse de bens materias, e quando obtinha percebeu que continuava com um vazio existencial, e para interromper essa dor, resolveu colocar um fim na sua própria vida, como se a morte fosse um alívio da dor.

   O segundo caso foi o de Joaquim, que tinha câncer e não conseguia aceitar isso. A evolução da doença o impedia de manter a sua rotina de antes e a sua vaidade. Além disso, ele teve uma decadência financeira, e por isso ele não conseguia mais manter o padrão de vida que tanto valorizava. Joaquim também tinha traços de personalidade agressivo e impulsivo, o que contribuiu para execução do suicídio.

   O terceiro caso foi o de Ana, que tinha uma depressão muito grave, ela se sentia inútil e desesperançosa e sentia como se fosse um peso para os outros. Na minha opinião, o caso de Ana foi o mais chocante, porque ela CARBONIZOU o próprio corpo. O modo como ela se matou também afetou muito os familiares, que não conseguiam entender o porquê de escolher morrer de uma forma tão dolorosa. Dizem que se matam para aliviar a dor, não é? Porque as vezes a dor física nem se compara com a dor que ela estava sentindo, então para tentar ''esquecer'', se sentir ''livre'' da outra dor, ela preferiu morrer sentindo outro tipo de dor, que seria então a dor física.

   O quarto caso foi o de João, que tinha problemas como o uso excessivo de álcool, traços de personalidade agressivos e impulsivos, não se adaptar a velhice, problemas financeiros, relações conflituosas com a família. O álcool foi colocado como uma prioridade na vida de João, e isso aumentava ainda mais a impulsividade dele e, consequentemente, o suicídio. Uma coisa que influenciou João a se suicidar é ter tido conhecimento sobre o suicídio de um jogador famoso, porque isso o encorajou de fazer o mesmo. Nesse ponto entra a questão da mídia, que é por isso que a mídia não costuma contar casos de mortes por suicídio, porque pode influenciar outras pessoas a fazerem o mesmo. Então aí entra a questão: até que ponto vale a pena informar as pessoas sobre casos assim? Porque a intenção é chocar as pessoas e não influenciá-las, certo? Por isso que é preciso tomar medidas para a prevenção, e estudos para compreender melhor esses casos para impedir que notícias assim encorajem outras pessoas a fazerem o mesmo.

   O quinto caso foi o de Carlos, que também tinha uso abusivo de álcool, depressão, e tinha um sentimento de culpa pelo alcoolismo do filho. Depois que ele se matou, o filho ficou com sentimento de culpa em relação a morte do pai. Por isso que é preciso também cuidar e tratar dos familiares e pessoas que conviviam com a pessoa que se suicidou, porque esse caso pode afetar de uma maneira tão grande que as pessoas começam a ter os mesmos sintomas que tem um suicida.

   Podemos concluir com esses casos que fatores psicossociais que envolvem o suicídio aparecem ao longo da vida da pessoa, ou seja, é algo construído. E é por isso que é preciso analisar os fatores que ao serem progredidos levam uma pessoa a se matar como: depressão, uso abusivo de álcool, personalidade agressiva e impulsiva, decadência socioeconômica, entre outros.

Bibliografia: Servio, S.M.T. e Cavalcante, A.C.S. (2013) Retratos de autópsias Psicossociais sobre suicídio de idosos em Teresina. Psicologia: ciência profissão, 33, 164-175.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Assistência de enfermagem a pacientes com desordem bipolar e sentimentos da estudante de enfermagem

        Bom, hoje eu falarei sobre um relato de uma experiência de uma aluna de graduação em que acompanhou uma paciente com Psicose Maníaco Depressiva (PMD). Ela ajuda o paciente nas duas fases (maníaca e depressiva) e comenta os comportamentos e o que fez para controlar os efeitos dessas fases, além de comentar o seu próprio sentimento durante a interação com a paciente.
        Essa doença tem dois estágios, a fase maníaca faz a paciente ficar muito eufórica e com ideias e planos grandiosos, passa por insônia, não quer ter limites e até pode ter alucinações. Já a fase depressiva, o paciente não vê mais razão do porquê está vivo, se sente inútil e perde o prazer de qualquer tipo de atividade, pensa até em suícidio.
       A aluna de enfermagem teve como paciente R. L., do sexo feminino com 61 anos que foi internada pelo genro, porque estava apresentando sintomas da doença psicose maníaco depressiva, como o fato dela andar em grandes rodovias e batia nas janelas que encontrava no caminho. (estava na fase maníaca).
     O primeiro contato da aluna com a paciente foi num estágio depressivo em que a paciente tinha um olhar triste, não tinha ânimo para nada, se movimentava com passos pesados e lentos como se estivesse se rastejando, não queria saber de conversa nem nada. Além de responder tudo monossilabicamente, a paciente falava muito baixo, e isso dificultava a interação enfermeiro-paciente que é muito importante que o paciente tenha total confiança para se abrir e expressar os sentimentos. No começo, a aluna sentiu muita dificuldade de lidar com R. L., e até a depressão estava atingindo-a, ela teve um momento que achava que não ia conseguir mais cuidar e tratar de R. L., porque não via progresso, já que a paciente vivia cabisbaixa e sem vontade para absolutamente nada.
       Porém, a aluna de enfermagem começou a perceber meios para lidar com esse estágio depressivo da sua paciente, como por exemplo dar o espaço necessário para ela, fazendo silêncio quando percebia que a paciente não queria mais conversar sobre o assunto. Outro método utilizado foi dar apoio em momentos que a paciente se sentia inútil, como se não prestasse mais para nada, dando a ela palavras que a  incentivasse, que melhorasse a auto-estima. Além de chamá-la pelo nome, a aluna também tentava fazer com que a paciente expressasse melhor os seus sentimentos, sempre compreendendo seus direitos. Foi preciso também mostrar interesse e disposição para ajudar a paciente, até para conseguir a confiança dela. Quando o que a paciente falava não ficava claro, a aluna tentava fazer perguntas que ajudassem na clarificação, para que a paciente explicasse melhor, e quando R. demorava muito para continuar o assunto, a aluna usou a estratégia de repetir as últimas palavras ditas por ela para estimulá-la a continuar a conversa.
      Após 3 sessões, a paciente mudou o estágio de depressivo para maníaco. Nessa fase, ela ficou muito falante, alegre, fazia discursos incoerentes e tinha ideias e planos como ir ao banco para pegar seu dinheiro (ela repetia isso muitas vezes). Quando a aluna viu que o estágio havia sido mudado, bateu uma desmotivação, porque quando finalmente ela estava conseguindo lidar com o outro estágio, teria que ''começar'' do zero para agora conseguir tratar do estágio maníaco. A paciente também tinha desejo de fuga, porque como estava muito alegre pensava que estava bem.
     Então, para lidar com o estágio maníaco, a aluna estimulava a paciente a falar algo em ordem, porque na verdade, a paciente falava muita coisa sem nexo. Então, a aluna ajudava-a a organizar as suas frases, ouvia reflexivamente tudo que ela falava. Era preciso impor limites e dizer ''não'' em momentos como quando a paciente queria fugir. Essa fase a aluna achou mais fácil de lidar, porque a paciente expressava melhor os seus sentimentos e assim era mais fácil analisar como deveria agir,
     O bom desse texto é que além dos sentimentos da paciente, é relatado as dificuldades e como a aluna se sentia nesse processo de interação, porque não é fácil para o profissional agir de modo que essa situação não o afetasse também. Além disso, a aluna foi uma ótima observadora em analisar todos os passos da paciente para identificar como ela estava se sentindo e como deveria fazer pra ajudá-la.
   

      Você concorda com os métodos utilizados pela aluna para lidar com os problemas? Acha que o estágio do paciente pode influenciar o modo de agir do profissional que está cuidando? (Como foi o caso da aluna ao se sentir mais desanimada quando sua paciente estava no estágio de deperessão).

Bibliografia: Martins, L.M.M. (1999) Assistência de enfermagem a pacientes com desordem bipolar e sentimentos da estudante de enfermagem: estudo de caso. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 33, 421-427

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

      O segundo texto o qual falei que comentaria na postagem anterior é um artigo sobre um método de aprendizagem adotado por Carl Rogers, considerado um dos percursores da psicologia humanista. Carl Rogers criticava o sistema tradicional, aulas expositivas com o foco no professor. Ele acreditava que o sistema educativo deveria criar um clima propício para o crescimento pessoal do aluno. No modelo ''Atenção centrada no aluno'' fala que o professor deveria ser um facilitador na aprendizagem do aluno para criar um ambiente adequado a ''iluminar'' as ideias, Assim, os alunos deveriam ser os responsáveis do próprio processo de aprendizagem e esse sistema educativo deveria fornecer os materiais para o estudo.
     Rogers começou elaborando a teoria de ''Aprendizagem centrada na pessoa'' e a partir daí, ele desenvolveu dois conceitos para melhor compreensão:

  •  ''tendência atualizante: correlação entre a experiência real e a simbólica, considerando as necessidades além das que seriam elementares da nossa existência
  •    ''tendência não-deretividade: é a autonomia da pessoa na sua escolha de qual direção seguir (''o cliente pode tomar as rédeas se ser guiado por um técnico''


     Bom, ele também conceitua a ''Aprendizagem centrada no aluno''  que contrasta o modelo tradicional que tudo gira em volta do professor, porque para Rogers, o centro deve ser o aluno e ele precisa correr atras, ter iniciativa própria, ou seja, o indivíduo deve interiorizar o processo de aprendizagem, e o professor apenas facilitá-lo.
     Para isso, o professor precisa aceitar os alunos como eles são, e permitir que expressem suas opiniões sem julgá-las. Deste modo, é criado um ambiente escolar sem pressão, já que as atividades planejadas são feitas com eles e não para eles, O aluno, então, passa a ter um desenvolvimento intelectual e um crescimento como pessoa,
    Esse texto parece ter muita ligação com o texto que falei da postagem passada, porque é como se ele encontrasse uma ''solução'' para mudar o sistema tradicional o qual Rogers tanto critica. Mas como disse anteriormente, é preciso de interesse dos alunos para isso funcionar. Rogers definiu a aprendizagem como sendo uma ''insaciável curiosidade'', já que os alunos aprendem aquilo porque para eles, é significante. E o desinteresse é um dos piores inimigos da aprendizagem. É por isso que os professores devem tentar ir ao encontro do que o aluno tenta compreender, e caso necessário, reformular o método de ensinar, para que o aluno tenha um papel ativo de intervenção no seu próprio processo de aprendizagem.
    O aluno deve abandonar a passividade, buscar entender, pesquisar sobre o assunto, e caso tenha dúvidas aí sim procurar o professor (nesse caso o professor é apenas um facilitador). Então, aprender é um processo de contribuição no qual o aluno tem o maior papel e o professor é apenas um orientador que acredita na capacidade de aprender e pensar sozinho do aluno.
    E agora que foi apresentado este método, diferente do qual estamos acostumados (aula expositiva), o que você pensa sobre? Daria certo? Seria melhor pros alunos? Penso que esse método tornaria os alunos muito mais independentes, com mais interesses, e sempre buscando novas aprendizagens, mas é preciso de muita disciplina para isso dar certo.


Referência: Capelo, F.M. (2010) Aprendizagem Centrada na Pessoa: Contribuição para a compreensão do modelo educativo proposto por Carl Rogers Revista de Estudos Rogerianos, A Pessoa como Centro, no. 5

        Bom, o primeiro texto que comentarei faz uma análise dos métodos de avaliação e a eficiência ou não deles. No começo, o autor faz uma reflexão sobre a avaliação dos alunos, se avaliamos da maneira correta ou se pelo menos avaliamos da forma que queremos avaliar, mas que no final do curso precisa determinar uma nota para o aluno. Assim, deve-se decidir se a nota do aluno alcançou ou não os objetivos previamente estabelecidos, ou decidir a nota do aluno ao compará-lo com o restante da sala, ou ainda se a avaliação deveria ser por algum critério.
      Essa última avaliação citada é a forma mais tradicional na determinação das notas dos alunos. Aí se fala sobre a curva gaussiana, em que a partir do desempenho de algum grupo de estudantes, é comprovado o escore obtido por um aluno com a média do grupo. Então, se alguém vai melhor que essa média, quer dizer que a pessoa está acima da média, e se for pior, abaixo da média. Dependendo da nota, o professor pode fazer alguns ajustes nos resultados para compensar provas muito ''fáceis'' ou muito ''difíceis''. Isto é, se a turma só está tirando notas muito boas, o professor dificulta na próxima prova, assim como se só está tendo notas ruins, a próxima prova será mais fácil.
      Percebemo que com esse método de avaliação estamos avaliando apenas o desempenho do aluno com relação ao grupo e não o que ele, de fato, aprendeu. Assim, mesmo que o aluno esteja acima da média do grupo, não quer dizer que ele está totalmente preparado para seguir adiante em seus estudos, porque ele pode não estar dominando suficientemente a matéria caso a média do grupo seja baixa. 


      
       Várias unidades da USP avaliam os  resultados de seus cursos por ano a partir da análise de distribuição normal em cada disciplina. Na pesquisa feita com os alunos foi dado a eles o tempo que eles precisassem para realizar experimentos ou questões propostas. Depois disso, os alunos eram submetidos a uma avaliação sobre o conteúdo apresentado. O resultado foi que os alunos dominavam 90% dos objetivos previamente estabelecidos. Viram que nesse caso não foi uma comparação com outro grupo? Na verdade, o desempenho do aluno que foi avaliado. O fator tempo levou a curva gaussiana a deformar-se, em vez de estar na média, estava em direção a escores mais elevados. Assim, podemos ver que a curva de gaus mede o quanto o aluno pode aprender em um determinado período de tempo.
       Para conseguirmos manter um número grande de alunos com escores elevador, é preciso procurar meios para que o ritmo individual deles seja respeitado. Todo mundo sabe que tem alunos que tem facilidade de entender algum assunto em menor período de tempo e que outros levam mais tempo. Mas se determinar um limite de tempo, esse aluno que leva mais tempo, pode acabar não tendo o aprendizado necessário e suficiente para seguir nos estudos. Por isso que, a avaliação deve ser feita por critérios de aprendizagem previamente estabelecido abrangento TODA a matéria e o que se espera do aluno ao final da aprendizagem. Neste caso, o aprendizado do aluno é comparado com critérios e não com outros alunos.
     O que você acha sobre esse assunto? Concorda que esse método da curva de gaus não é um método eficiente para avaliar o que o aluno de fato aprendeu? Bom, eu acho que para termos ótimos resultados, de fato, é preciso respeitar o tempo de cada aluno aprender o conteúdo, porém é preciso pensar se esse tempo está sendo bem utilizado. Quero dizer que os alunos precisam ser bem disciplinados para que isso dê certo, até porque se deixarmos o tempo que o aluno quisesse, muitos alunos não interessados só iriam prorrogar esse tempo e nunca terminar. Por isso, no próximo texto que será na postagem seguinte, irei comentar desse método que inclui o fato de colocar o aluno interessado.
 
Dib, C.Z. (2002) Afinal, o que você efetivamente mede quando sua avaliação é referenciada pela distribuição normal ? Boletim informativo do instituto de Física da USP. http://www.if.usp.br/bifusp/bifold/bif0218.htm